Curso capacita trabalhadoras domésticas como promotoras legais populares no Nordeste

15/03/2011

Conscientizar e formar mulheres sobre os seus direitos trabalhistas. Este é o objetivo do curso "Corpo e Identidade, Direito e Igualdade no Trabalho Doméstico - Formação de trabalhadoras domésticas para o enfretamento ao sexismo e racismo" que acontecerá a partir de março, em Pernambuco e na Paraíba. O curso é gratuito e vai atender 100 trabalhadoras domésticas, especialmente aquelas envolvidas na busca de direitos para a categoria.

A iniciativa é do Observatório Negro, organização de mulheres negras nordestinas, e dos sindicatos das trabalhadoras domésticas de Pernambuco e da Paraíba e tem financiamento da ONU Mulheres Brasil e Cone Sul.

A região nordeste do Brasil apresenta um dos maiores índices de mulheres negras empregadas no trabalho doméstico. Segundo dados da PED 2009 (Pesquisa de Emprego e Desemprego) do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudo Socioeconômicos), na capital pernambucana as negras representam cerca de 80% das mulheres empregadas na atividade. No estado, a carga de trabalho ultrapassa 54 horas semanais, 14 horas a mais do que o permitido pela legislação trabalhista brasileira. Em Recife, uma trabalhadora recebe R$1,87 (cerca de US$1,12), por hora de trabalho.

O curso também propõe uma reflexão sobre as consequências do racismo e sexismo para a auto-estima e a organização políticas das trabalhadoras domésticas. "O curso vai trabalhar a identidade das trabalhadoras como mulheres, com direitos a uma vida digna e trabalho decente e como sujeito político, capaz de organizar-se para o alcance de direitos", explicou a facilitadora do curso, Ângela Nascimento, que faz parte da equipe do Observatório Negro.

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